A iniciação da mulher no esporte foi sendo feita gradativamente, através de sua participação em atividade esportiva com finalidades recreativas. Em 1922 o Esporte Feminino foi organizado no setor internacional, com a criação, em Paris, da União Esportiva Feminina Internacional, que organizou campeonatos mundiais de algumas modalidades esportivas.
Entretanto, a recepção oficial da mulher no meio esportivo deu-se em 1928, Amsterdã, por ocasião de sua participação, pela primeira vez nos Jogos Olímpicos. Daquela época em diante a mulher integrou-se rapidamente no esporte participando oficialmente de um grande número de modalidades esportivas (PINI, 1983).
No Brasil algumas modalidades foram proibidas durante um longo período de tempo logo no início da ditadura militar em 1941, a proibição só veio a ser revogada na década de 1980.Segundo Cratty (1984), declara que a mulher bem sucedida no esporte competitivo tende a ser mais assertiva, auto-suficiente, independente, inteligente, agressiva e reservada e possui maior orientação para o êxito do que a mulher não-atleta.
Desde aquela época pesquisas médicas realizadas com as atletas permitiram se estabelecer que a mulher normal, convenientemente treinada e preparada para enfrentar certas situações fisiológicas que lhe são próprias, não só é capaz de participar de todas as modalidades esportivas praticadas pelo homem, mas também de outras atividades físicas, profissionais ou não, que lhe são “específicas” (PINI, 1983).
O esporte moderno é considerado um fenômeno social e mesmo que isto esteja em mudança na atualidade, ainda há uma predominância de valores masculinos, devido ao fato da existência de um modelo esportivo carregado de crenças e valores discriminatórios. Estes valores acabam influenciando instituições, quanto a inclusão da participação feminina nos esportes em geral.
Não é de se surpreender, contudo que encontraremos inúmeros estudos revelando que as mulheres ficam apreensivas ou pelo menos pouco a vontade em ambientes preparados para atividades masculinas (CRATTY, 1984). As mulheres preferem técnicos democráticos e participativos que lhes permitam ajudar a tomar as decisões. Técnicos e outros líderes de grupo devem dar as mulheres oportunidades de participar ( GOULD e WEINBERG , 2001).
A necessidade de estudos na área do futsal feminino é de extrema importância, visto que os envolvidos nessa prática necessitam cada vez mais de subsídios teóricos que embasem a metodologia dos treinamentos voltados ao futsal feminino. O propósito deste trabalho é o de verificar, em meio a tantas dificuldades que envolvem a participação na mulher no esporte em geral, o perfil ideal do treinador de futsal na visão das jogadoras de futsal feminino do RGS.